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Câncer de apêndice

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O apêndice é uma (pequena extensão tubular com fundo cego localizada no início do cólon) bolsa fina fixada no cólon. Possui aproximadamente 10 cm e é considerado parte do trato gastrointestinal. Sua função para o funcionamento do corpo humano até hoje ainda não é bem estabelecida.

O câncer de apêndice ocorre quando as células do apêndice sofrem uma mutação (erros no DNA), resultando no crescimento desordenado dessas células, que ao longo do tempo se acumulam, formando um tumor.

Esse tipo de câncer, entretanto, é raro e geralmente ocorre em pessoas na faixa-etária entre 40 anos e 50 anos. Na maioria dos casos é descoberto incidentalmente durante exames abdominais para investigar outras condições, ou intervenções cirúrgicas no apêndice em pacientes com apendicite.

O que causa o câncer de apêndice?

As causas do câncer de apêndice ainda permanecem desconhecidas, ao mesmo tempo que nenhum fator de risco ambiental ou genético é fortemente relacionado a ele, com exceção da idade, uma vez que é observada uma incidência maior em pessoas adultas, acima dos 40 anos, enquanto a ocorrência em crianças é bastante rara. Porém, além da idade, alguns estudos sugerem possíveis fatores que podem aumentar o risco:

  • Tabagismo: os fumantes têm maior probabilidade de desenvolver câncer de apêndice do que os não fumantes;
  • Histórico familiar: o risco é maior para pacientes com histórico familiar de câncer de apêndice;
  • Histórico clínico: pacientes com histórico de certas condições médicas como gastrite atrófica ou anemia perniciosa, também têm risco aumentado;
  • Sexo: as mulheres têm maior probabilidade de desenvolver tumores carcinoides do que os homens.

Veja abaixo os tipos de câncer que podem se desenvolver no apêndice:

  • Tumores carcinoides ou neuroendócrinos: é um tipo de tumor canceroso raro que cresce lentamente: pode demorar muitos anos para ser detectado. Representa aproximadamente 50% dos casos de tumores de apêndice;
  • Neoplasias mucinosas: geralmente são benignas e incluem mucoceles (lesões císticas), assim como outras com potencial pré-canceroso, como neoplasias mucinosas de baixo grau. Se essas lesões perfurarem ou romperem o apêndice, podem resultar em uma condição rara chamada pseudomixoma peritoneu (PMP).
  • Adenocarcinoma do apêndice: esses tumores começam como células que revestem o interior do apêndice. O adenocarcinoma de células em anel de sinete é um subgrupo muito raro e tende a ser mais agressivo.
  • Carcinomas de células caliciformes ou adenocarcinoides: apresentam características tanto de adenocarcinomas quanto de carcinoides. No entanto, são bem mais agressivos do que os tumores carcinoides.

Quais são os sintomas do câncer de apêndice?

Na maioria das vezes o câncer de apêndice é assintomático, principalmente nos estágios iniciais. Porém, os seguintes sintomas podem ocorrer:

  • Dor abdominal;
  • Inchaço;
  • Ascite (acúmulo de líquido no abdome);
  • Apendicite, inflamação do apêndice;
  • Mudanças no hábito intestinal;
  • Desconforto inespecífico no abdome inferior direito.

A ocorrência de qualquer um, isoladamente ou em associação, alerta para a necessidade de procurar um especialista. Muitas vezes eles podem manifestar como consequência de outra condição, da mesma forma que o diagnóstico precoce de câncer de apêndice aumenta as chances de o tratamento ser bem-sucedido.

Diagnóstico e estadiamento de câncer de apêndice

O diagnóstico de câncer de apêndice inicia com o exame físico, quando são analisados sintomas, características físicas, a saúde geral do paciente e histórico clínico. Posteriormente, para confirmar a suspeita, são realizados diferentes exames de imagem e a biópsia de fragmentos do tumor, fundamental para determinar o tipo histológico do tumor e o resultado definitivo.

Os principais exames de imagem realizados para diagnosticar o câncer de apêndice são a tomografia computadorizada (TC), a ressonância magnética (RMI) e a ultrassonografia abdominal.

Os resultados possibilitam o estadiamento da doença, processo que avalia o câncer de acordo com critérios como tamanho do tumor, invasão de órgão próximos e metástases linfonodais e em órgãos a distância, permitindo a definição do tratamento mais adequado para cada paciente e do prognóstico. Assim, é possível aumentar as chances de sucesso e melhorar resultados.

A classificação é feita pelo sistema internacional TNM, em que T descreve o tamanho do tumor e possíveis invasões do câncer em tecidos próximos, N a disseminação para os nódulos linfáticos e M a metástase, ou disseminação para outras partes do corpo.

Tratamento de câncer de apêndice

Para garantir o sucesso do tratamento do câncer de apêndice é fundamental que ele seja realizado por uma equipe multidisciplinar especializada em oncologia. A definição do melhor tratamento é feita de acordo com o estadiamento da doença e resultado histopatológico do apêndice cecal nos casos em que o tumor é diagnosticado após uma cirurgia de apendicectomia por apendicite.

Os tipos de cirurgias para câncer de apêndice incluem:

  • Apendicectomia: é a remoção cirúrgica do apêndice. Geralmente é o único tratamento necessário para um tumor de apêndice inicial;
  • Hemicolectomia: é o termo usado para remoção do cólon. O procedimento é indicado quando um tumor de apêndice é de um tipo histológico mais agressivo, com maior tamanho, índice mitótico elevado e com comprometimento das vias linfáticas neurais ou vasculares;
  • Cirurgia de debulking ou citorredutora primária: para câncer de apêndice em estágio avançado. No procedimento é feita a remoção da maior quantidade possível do tumor.

Tratamentos quimioterápicos podem ser utilizados durante o intraoperatório ou no pós-operatório como forma complementar de tratamento ao câncer de apêndice. Pode-se utilizar também, a depender do estadiamento patológico e de características celulares específicas, imunoterápicos ou medicações para células-alvo.

Seguimento do tratamento de câncer de apêndice (follow-up)

O paciente deve continuar a fazer consultas periódicas com equipe especializada, para avaliar a saúde geral, efeitos colaterais do tratamento e a possibilidade de retorno do câncer (recidiva), o que é feito através de exame físico, laboratorial e radiológico.

Para o câncer de apêndice são recomendadas consultas de acompanhamento regulares que podem ser espaçadas com o passar do tempo.