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Câncer de pâncreas

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O câncer de pâncreas começa nos tecidos do pâncreas – uma glândula do aparelho digestivo, localizada na parte superior do abdome e atrás do estômago. O pâncreas é responsável pela produção de enzimas, que atuam na digestão dos alimentos e do hormônio insulina, que regula os níveis de glicose (açúcar) presente no sangue.

É dividido em três áreas: a extremidade mais larga, conhecida como cabeça, localizada do lado direito, a do meio, chamada corpo ou seção central e a extremidade mais estreita ou cauda, localizada do lado esquerdo.

Aproximadamente 95% dos cânceres de pâncreas são adenocarcinomas e geralmente começam nas células que revestem os dutos pancreáticos, que transportam as enzimas digestivas para fora do pâncreas, por isso são comumente denominados ‘adenocarcinoma ductal pancreático’.

Quais são as causas de câncer de pâncreas?

O câncer de pâncreas pode se desenvolver a partir de dois tipos de células: células exócrinas e neuroendócrinas, como as das ilhotas de Langerhans. Embora o adenocarcinoma tipo exócrino seja mais comum, normalmente é encontrado em um estágio mais avançado.

Os tumores neuroendócrinos pancreáticos, por outro lado, que começam em células das ilhotas pancreáticas (ou Ilhotas de Langerhans), um grupo especial de células que produzem insulina e glucagon, que também age como regulador do metabolismo de açúcar, são bem menos comuns, no entanto, apresentam um prognóstico melhor.

Ainda que a causa exata de câncer de pâncreas permaneça desconhecida, estudos indicam que diversos fatores tendem a aumentar o risco para o desenvolvimento dele, incluindo substâncias presentes no tabaco e a predisposição genética. Os principais são:

  • Tabagismo;
  • Alcoolismo;
  • Histórico familiar de câncer pancreático;
  • Histórico pessoal ou familiar de inflamação crônica do pâncreas (pancreatite crônica);
  • Doenças genéticas;
  • Pré-diabetes;
  • Diabetes de longo prazo;
  • Doença periodontal;
  • Sobrepeso ou excesso de gordura corporal;
  • Sedentarismo;
  • Contato com produtos químicos e metais pesados.

O câncer de pâncreas é mais comum em pessoas acima dos 65 anos, por isso o envelhecimento também é considerado fator de risco. Na maioria dos casos está localizado na cabeça do pâncreas.

Quais são os sintomas de câncer de pâncreas?

Nos estágios iniciais o câncer de pâncreas é assintomático. Os sintomas geralmente ocorrem com a evolução da doença e incluem:

  • Dor abdominal que se irradia para as costas;
  • Perda de apetite ou perda de peso sem motivo aparente;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Icterícia: pele e olhos amarelos, urina de cor escura e fezes de cor clara;
  • Comichão na pele;
  • Novo diagnóstico de diabetes;
  • Dificuldades para controlar o diabetes existente;
  • Má digestão;
  • Sensação de plenitude;
  • Azia;
  • Fadiga.

É importante procurar um especialista se houver a manifestação de qualquer sintoma, isoladamente ou em associação. O câncer de pâncreas pode espalhar para órgãos próximos, como estômago, intestinos, fígado, baço e outras estruturas, ou mais distantes, como o pulmão.

A detecção acontece a partir de exames clínicos, laboratoriais ou de imagens em pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença, ou pela realização de exames periódicos em pessoas que pertencem a grupos de maior risco, independentemente da manifestação dos sintomas.

Diagnóstico e estadiamento do câncer de pâncreas

A investigação do câncer de pâncreas inicia com o exame físico do paciente, quando é possível perceber alterações como anormalidades no tamanho dos órgãos abdominais, presença de dor à palpação, presença de massas tumorais, nódulos linfáticos, particularmente nas axilas, virilha e pescoço, além de icterícia. Na ocasião é avaliado, ainda, o histórico clínico e familiar do paciente, para determinar o risco de a causa ser genética.

A presença de células cancerígenas é confirmada por exames citológicos ou histopatológicos da lesão. Concomitantemente são realizados diferentes exames de imagem. Os mais frequentes são a tomografia computadorizada (TC), a ressonância magnética (RMI).

A investigação por laparoscopia diagnóstica também é realizada, para avaliar a possibilidade de cercinomatose ou metástases.

Os resultados possibilitam o estadiamento da doença, fundamental para planejar o tratamento mais adequado para cada paciente, a partir da determinação de características como tamanho e localização do tumor, infiltração de órgãos contíguos, comprometimento linfonodal e implantação tumoral em órgãos a distância.

Os tumores são classificados pelo sistema TNM, internacionalmente utilizado para classificação de qualquer tumor maligno. T indica o tamanho do tumor e comprometimento de tecidos próximos, N a disseminação para os nódulos linfáticos e M se ele espalhou para outras partes do corpo (metástase), parâmetros que recebem diferentes valores.

Tratamento do câncer de pâncreas

O tratamento para o câncer de pâncreas pode ser feito por cirurgia, em associação ou não com outras terapias, como radioterapia e quimioterapia. É definido de acordo com a localização e estágio de desenvolvimento. As opções cirúrgicas incluem:

  • Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple): é o procedimento realizado quando o câncer está localizado na cabeça do pâncreas. Prevê a remoção da cabeça, da primeira parte do intestino delgado (duodeno), da vesícula biliar, parte do ducto biliar e dos gânglios linfáticos próximos. Em algumas situações, parte do estômago e do cólon também podem ser removidos;
  • Cirurgia para tumores no corpo e cauda do pâncreas: o procedimento, nesse caso, é chamado pancreatectomia distal e prevê a remoção do lado esquerdo (corpo e cauda) do pâncreas. Em alguns casos o baço também pode ser removido;
  • Cirurgia para remoção do pâncreas: eventualmente pode ser necessário a remoção de todo o pâncreas, procedimento conhecido como pancreatectomia total. É possível viver de forma relativamente normal após a remoção, no entanto, o paciente precisará de reposição de insulina e enzimas durante toda a vida.

Quimioterapia e radioterapia também são utilizadas para o tratamento de câncer pancreático. Isoladamente ou em associação, antes da cirurgia, para redução do tumor (terapia neoadjuvante), ou após a cirurgia, para eliminação de células cancerosas que permaneceram.

Ao mesmo tempo que estão entre as opções quando o câncer está em estágios mais avançados, associadas ou não a outros tratamentos.

É fundamental que o tratamento para esse tipo de câncer seja realizado por uma equipe multidisciplinar especializada em oncologia. Dessa forma, há maiores de sucesso no processo de cura ou sobrevida do paciente.

Seguimento do paciente em tratamento de câncer de pâncreas (follow-up)

O seguimento do paciente é realizado periodicamente com intervalos que tendem a se esparsar, nos primeiros 5 anos de acompanhamento.