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Câncer de cólon (intestino grosso)

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O cólon é a maior parte e a intermediária do intestino grosso, composto também pelo ceco, parte inicial e pelo reto, parte final, que se comunica com o exterior pelo ânus, por onde são eliminados os resíduos fecais.

O câncer de cólon é o tipo mais comum de câncer gastrointestinal e geralmente desenvolve em adultos acima dos 50 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade. Diferentes fatores aumentam o risco para o desenvolvimento dele, da dieta alimentar aos processos inflamatórios que afetam o trato digestivo.

O que causa o câncer de cólon?

O câncer de cólon geralmente começa como pequenos aglomerados não cancerosos (benignos) de células chamados pólipos, que se formam no interior do cólon. Com o tempo, alguns pólipos podem evoluir para malignidade. Existem diferentes tipos de pólipos, entretanto, nem todos se tornam câncer:

  • Pólipos adenomatosos (adenomas):esses pólipos possuem maior potencial de malignidade, motivo pelo qual são classificados como lesões pré-cancerosas. Os três tipos de pólipos adenomatosos são: tubular, viloso e tubuloviloso. Quando se tornam câncer, são chamados adenocarcinomas;
  • Pólipos hiperplásicos e pólipos inflamatórios:esses pólipos são mais comuns e geralmente não são pré-cancerosos. Porém, quando eles possuem tamanho superior a 1 cm, um rastreamento mais frequente pode ser necessário.

Alguns fatores podem aumentar o risco para o desenvolvimento de câncer de cólon. Os principais são:

  • Idade: o câncer de cólon pode ser diagnosticado em qualquer idade, mas a prevalência é maior em pessoas acima de 50 anos, por isso o rastreamento é recomendado a partir dessa idade;
  • Diferença racial: pessoas afrodescendentes têm maior propensão para o desenvolvimento de câncer de cólon;
  • Histórico familiar: as chances são mais altas quando um parente de primeiro grau também teve a doença;
  • Condições inflamatórias intestinais: doenças inflamatórias crônicas do cólon, como colite ulcerativa e doença de Crohn, podem, da mesma forma, aumentar o risco;
  • Doenças hereditárias: algumas doenças hereditárias, incluindo polipose adenomatosa familiar (FAP);
  • Dieta pouco saudável: o câncer de cólon e o câncer retal são geralmente neoplasias associadas a uma dieta pobre em fibras e nutrientes, rica em gordura e calorias. O risco é ainda maior quando há alto consumo de carne vermelha ou processada, como os embutidos, por exemplo;
  • Sedentarismo;
  • Diabetes ou resistência à insulina;
  • Sobrepeso ou índice de massa corporal acima do normal;
  • Tabagismo;
  • Alcoolismo.

Quais são os sintomas de câncer de cólon

O câncer de cólon nem sempre apresenta sintomas nos estágios iniciais, quando eles ocorrem, variam de acordo com a localização. Os mais comuns incluem:

  • Mudança persistente nos hábitos intestinais, incluindo diarreia ou constipação;
  • Mudança na consistência das fezes;
  • Sangramento retal ou sangue presente nas fezes;
  • Desconforto abdominal persistente, como cólicas, gases ou dor na região;
  • Sensação de não esvaziamento do intestino;
  • Dor;
  • Fadiga;
  • Perda de peso inexplicável.

A manifestação de qualquer sintoma, isoladamente ou em associação, indica a necessidade de procurar um especialista. O diagnóstico precoce aumenta bastante as chances de o tratamento ser bem-sucedido.

Por isso, ainda que as diretrizes recomendem o rastreamento a partir dos 50 anos, se houver sintomas, pessoas com predisposição genética, afrodescendentes ou enquadradas em diferentes fatores de risco, devem iniciar mais cedo.

Diagnóstico e estadiamento do câncer de cólon

O primeiro passo para diagnosticar o câncer de cólon é o exame físico, quando é feita a palpação da região, para detectar possíveis alterações na região e outros órgãos próximos, presença de tumor, manifestação de dor ao toque ou presença de nódulos na região acima da clavícula esquerda, cicatriz umbilical, axilas, virilhas e pescoço, que podem indicar um câncer que evoluiu para um estágio mais avançado. Também é avaliada a saúde em geral do paciente, o histórico clínico e familiar.

Posteriormente o paciente é submetido a colonoscopia, o mesmo exame realizado para rastreamento, que também possibilita a detecção de câncer em diferentes estágios. Durante o exame é feita a coleta de fragmentos do tumor para biópsia.

Para facilitar o estadiamento, ou seja, processo que classifica o câncer segundo critérios como tamanho, comprometimento linfonodal e metástases a distância, podem ser realizados diferentes exames de imagem, incluindo tomografia computadorizada de abdome total, ressonância magnética e exames de raio-X, além de exame de sangue para determinação sérica de marcadores tumorais que serão importantes para definir prognóstico e acompanhamento pós-tratamento cirúrgico.

A partir dos resultados o câncer é classificado com a utilização do sistema de classificação internacional de tumores malignos, TNM, por diferentes pontuações: T indica o tamanho do tumor e se houve invasão tumoral em tecidos ou órgãos próximos, N a disseminação para os nódulos linfáticos e M, quando há metástase, ou seja, disseminação para outras partes do corpo.

A definição desses parâmetros possibilita a indicação da abordagem terapêutica mais adequada para cada paciente e do prognóstico. É importante, entretanto, que o tratamento seja realizado por uma equipe multidisciplinar especializada em oncologia e com experiência no tratamento desse tipo de câncer. Assim, é possível assegurar um melhor prognóstico e aumentar as chances de cura.

Tratamento do câncer de cólon

O principal tratamento para o câncer de cólon é a cirurgia, indicada de acordo com os estágios de desenvolvimento da doença.

Em estágios iniciais, por exemplo, quando o tumor ainda está pequeno, podem ser utilizados as seguintes abordagens minimamente invasivas:

  • Remoção de pólipos durante uma colonoscopia (polipectomia): quando o câncer é pequeno, em um estágio muito inicial, localizado e totalmente contido em um pólipo, ele poderá ser completamente removido durante a colonoscopia para investigação da doença;
  • Ressecção endoscópica da mucosa: pólipos maiores e uma parte da mucosa de revestimento interno do cólon também podem ser removidos durante a colonoscopia com a utilização de ferramentas especiais;
  • Ressecção cirúrgica: Quando não é possível a ressecção dos pólipos durante uma colonoscopia, eles podem ser removidos por laparotomia ou laparoscopia cirúrgica, técnica minimamente invasiva, realizada com o auxílio de um laparoscópio, endoscópio ótico com uma câmera incorporada, que possibilita a iluminação ideal do espaço operacional e a transmissão das imagens em tempo real para um monitor.

Cirurgia para câncer de cólon

  • Colectomia parcial:prevê a remoção da parte do cólon afetada, junto com uma margem de tecido saudável. Muitas vezes é possível reconectar as partes saudáveis ​​do cólon ou reto. O procedimento também é realizado por laparoscopia cirúrgica;
  • Ostomia: ostomia é o procedimento cirúrgico para construir um novo caminho de um órgão ao meio externo. No caso do câncer de cólon, quando não é possível reconectar as partes saudáveis ​, pode ser necessário a criação de uma abertura na parede do abdome a partir de uma porção do intestino restante, para a eliminação das fezes em um saco que se encaixa com segurança nela. A ostomia normalmente é apenas temporária, permitindo que o cólon ou o reto cicatrizem após a cirurgia. Porém, em alguns casos, é permanente.

Câncer avançado

Em estágios mais avançados, podem ser realizadas terapias neoadjuvantes e adjuvantes, por quimioterapia, radioterapia ou em associação. No primeiro caso, antes da cirurgia, com o propósito de promover a redução do tumor para facilitar a remoção e, no segundo, após o tratamento, para eliminar possíveis células cancerosas que ainda permaneceram.

Elas também podem ser associadas a outros tratamentos, como a imunoterapia, tratamento medicamentoso que usa o sistema imunológico para combater o câncer e a terapia direcionada, cujos medicamentos se concentram em bloquear anormalidades específicas presentes nas células cancerosas, causando, dessa forma, a morte delas.

Segmentação do tratamento de câncer de cólon (follow-up)

O acompanhamento do câncer de cólon prevê consultas periódicas que podem ser espaçadas com o tempo.

Durante a consulta são verificados os possíveis efeitos colaterais do tratamento, avaliada a saúde em geral e realizados exames para confirmar se não houve recidiva da doença, ou seja, se o câncer retornou.