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Câncer gástrico: saiba mais sobre diagnóstico e tratamento

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O câncer gástrico, ou câncer de estômago, está entre os tipos mais comuns na população brasileira, tanto em homens quanto em mulheres. É um dos tumores que ocorre no aparelho digestivo, assim como os cânceres de pâncreas, de cólon e de reto.

É uma das formas mais comuns da doença e, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), somente em 2020 foram diagnosticados mais de 21 mil novos casos.

A causa para o desenvolvimento do câncer gástrico tem forte correlação, comprovada cientificamente, com a infecção pela bactéria Helicobacter pylori.

Além disso, outros fatores de risco para câncer gástrico são:

  • idade igual ou superior à 50 anos;
  • obesidade;
  • tabagismo e consumo de álcool;
  • possuir condições como metaplasia intestinal, gastrite atrófica autoimune e anemia perniciosa;
  • dieta rica em alimentos defumados, peixes salgados, carnes e vegetais em conserva;
  • histórico familiar positivo para câncer gástrico;
  • pólipos estomacais;
  • exposição ocupacional a compostos químicos, como nas lavouras e produção de borracha.

Esses fatores predispõem o indivíduo a desenvolver ou herdar mutações no material genético celular, que interferem diretamente no processo de divisão das células. Elas passam a se dividir descontroladamente até formarem um pólipo ou pequena massa que, com o passar do tempo, evolui para um tumor maligno.

Esse tumor pode prejudicar diretamente o funcionamento do órgão no qual ele se localiza ou até mesmo crescer a ponto de atingir estruturas e órgãos vizinhos.

É importante que o diagnóstico e tratamento do câncer gástrico sejam realizados precocemente. Isso porque, é sabido que quando descoberto em estágios iniciais, é possível que o prognóstico seja melhor para o paciente.

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Onde o câncer gástrico ocorre?

O câncer gástrico pode começar em diferentes regiões do estômago e, a partir disso, gerar o quadro sintomático distinto dependendo do tipo celular acometido. O estômago pode ser dividido em quatro regiões principais: cárdia, fundo, corpo e antro pilórico.

A composição histológica do órgão é composta por diversos tipos celulares, responsáveis pelo revestimento epitelial, produção de hormônios, substâncias e fatores que auxiliam no processo digestivo.

Os tipos de câncer gástrico que podem se desenvolver são:

  • adenocarcinoma gástrico: é o mais comum, responsável por 95% dos casos, e se desenvolvem a partir das células que formam a camada mais interna do estômago, a mucosa;
  • linfoma: câncer que na verdade ocorre no sistema linfático, mas pode se desenvolver na parede estomacal;
  • tumor estromal gastrointestinal (GIST): são raros e se iniciam nas células da parede do estômago denominadas células intersticiais de Cajal, podem ser encontrados em outros órgãos do aparelho gastrointestinal, porém são mais comuns no estômago;
  • tumor carcinoide: se inicia nas células do estômago responsáveis pela produção hormonal.

A localização do tumor interfere na escolha do tratamento, por isso, além de detectar o câncer localizado no estômago, também é necessário que seja definido o seu tipo histológico.

Quais são os sintomas do câncer gástrico?

Não há sinais específicos que chamem muito a atenção para um quadro possível de câncer gástrico. Os cânceres de maneira geral podem permanecer assintomáticos por longos períodos, o que dificulta o diagnóstico precoce.

Dentre sintomas iniciais que podem surgir estão:

  • hiporexia (redução do apetite);
  • sensação de estômago cheio;
  • náuseas leves;
  • desconforto abdominal persistente;

Já os sinais clínicos que demonstram progressão do quadro são:

  • perda de peso não intencional;
  • fezes escurecidas e de odor forte;
  • massa palpável na parte superior do abdome;
  • presença de íngua ou nódulos ao redor do umbigo;
  • náuseas graves e até mesmo vômitos com sangue;
  • anemia;
  • ascite: acúmulo de líquido na cavidade abdominal;
  • disfagia: dificuldade para engolir.

Como é feito o diagnóstico?

O primeiro passo para o diagnóstico do câncer gástrico é a investigação dos sinais clínicos por meio de uma anamnese criteriosa, em que se questiona a recorrência dos sintomas, fatores de melhora ou piora, histórico pessoal e familiar do paciente.

A partir disso, o médico realiza o exame físico para constatação dos sintomas relatados e aumento da suspeita diagnóstica.

Na maior parte dos quadros, o câncer gástrico é diagnosticado ao acaso, a partir da realização da endoscopia digestiva alta (EDA). Esse exame é muito solicitado para investigação de diversas alterações gástricas.

Ele permite visualizar esôfago e estômago, além de fazer biópsias (retirada de pequenos fragmentos do tecido). A partir disso, o material é enviado ao laboratório para confirmação do diagnóstico de câncer gástrico, bem como a definição do tipo histológico do tumor.

Exames laboratoriais para pesquisa de marcadores tumorais podem ser úteis durante a investigação. Após a confirmação do diagnóstico, exames de imagem como tomografia computadorizada e radiografia de tórax podem ser solicitados para estimativa do grau de extensão do tumor.

Essa estimativa é útil para estabelecer o estadiamento do tumor. Por meio do sistema TNM, é possível classificar o câncer gástrico em estágios e, a partir disso, definir as melhores opções de tratamento.

A letra T determina o tamanho do tumor, N se houve disseminação para nódulos linfáticos e M se ocorreu a formação de processos metastáticos (quando o tumor se dissemina para outras regiões do corpo).

Além disso, informações identificadas na análise histopatológica do tumor, como grau de diferenciação celular, invasão tumoral da parede gástrica, se há presença de células em anel de sinete, podem auxiliar no processo de definição do tratamento.

Tratamento para o câncer gástrico

A partir da classificação o tratamento mais indicado pode ser implementado. Pacientes com câncer gástrico inicial, ou seja, que se encontra restrito ao órgão e gânglios linfáticos regionais são encaminhados para cirurgia. A cirurgia prevê a ressecção de toda a massa tumoral a fim de evitar recidivas.

Dentre os modelos cirúrgicos adotados estão a gastrectomia parcial (quando parte do estômago é retirado) ou total (quando todo o estômago é removido).

Nesses casos, ainda pode ser indicada a realização de sessões de quimioterapia e radioterapia para aumentar as chances de sucesso do tratamento.

Quando o câncer gástrico se encontra em estágios avançados, ou seja, metastático, o tratamento de escolha busca aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. A quimioterapia e a radioterapia também podem ser indicadas.

A imunoterapia e terapia de células-alvo também podem ser indicadas para quadros avançados de câncer gástrico.

A escolha do tipo depende dos sintomas presentes, da extensão do tumor e, principalmente, das condições físicas do paciente. É importante ressaltar que o tratamento do câncer gástrico requer o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar.

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