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Câncer de reto

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O reto é a parte final do intestino grosso e se comunica com o exterior pelo ânus, por onde são eliminados os resíduos fecais.

O câncer de reto começa nas células de revestimento e na maioria das vezes é um adenocarcinoma, que se apresenta inicialmente como um pólipo, formação geralmente benigna, mas que pode evoluir para malignidade em alguns casos.

Pela proximidade do reto com o cólon é comum o câncer desenvolver nos dois locais ao mesmo tempo e, ainda que ocorram separados, têm características muito semelhantes, embora o tratamento seja diferente, pois o reto fica localizado em um espaço limitado, tornando o manejo mais complexo.

Atualmente, entretanto, com os avanços das abordagens terapêuticas oncológicas nas últimas décadas, houve um aumento significativo nos percentuais de cura ou sobrevida dos pacientes diagnosticados com esse tipo de câncer.

O que causa o câncer de reto?

A causa exata de câncer de reto permanece desconhecida, no entanto, estudos indicam que diferentes fatores podem aumentar o risco para o desenvolvimento da doença. Entre eles está a predisposição genética. Exemplos incluem doenças hereditárias, como a síndrome de Lynch e a Polipose adenomatosa familiar (FAP). Outros fatores de risco são:

  • Idade: embora esse tipo de câncer possa ser diagnosticado em qualquer idade, é mais comum acima dos 50 anos;
  • Afrodescendentes: a incidência é maior em afrodescendentes, quando comparados a pessoas de outras raças;
  • Histórico pessoal de câncer colorretal ou de pólipos;
  • Condições inflamatórias intestinais: doenças inflamatórias crônicas do cólon e do reto, como a colite ulcerosa e a doença de Crohn aumentam o risco;
  • Histórico familiar de câncer e reto: o risco é maior quando parentes de primeiro grau também tiveram a doença;
  • Dieta pouco saudável: o câncer de cólon e o câncer retal são geralmente neoplasias associadas a uma dieta pobre em fibras e nutrientes, rica em gordura e calorias.
  • Sedentarismo;
  • Diabetes tipo 2 mal controlado;
  • Hábitos como tabagismo e alcoolismo.

Quais são os sintomas de câncer de reto?

Embora o câncer de reto seja quase sempre assintomático nos estágios iniciais, quando manifesta sintomas os mais comuns são:

  • Mudança nos hábitos intestinais, como diarreia, constipação ou evacuações mais frequentes;
  • Sangue marrom escuro ou vermelho vivo nas fezes;
  • Fezes estreitas;
  • Sensação de evacuação incompleta;
  • Desconforto ao evacuar;
  • Dor abdominal;
  • Perda de peso inexplicável;
  • Fadiga.

É importante procurar um especialista se houver a manifestação de qualquer sintoma por um período prolongado.

Diagnóstico e estadiamento do câncer de reto

O primeiro passo para diagnosticar o câncer de reto é o exame físico através do toque retal.

O estadiamento da doença é feito a partir de diferentes exames de imagem. Eles indicam características como tamanho e expansão do câncer. O primeiro a ser solicitado é a colonoscopia, que detecta a presença do tumor no reto ou cólon. É, inclusive, o exame utilizado para o rastreamento da doença no cólon ou no reto. Durante o procedimento são coletados fragmentos do tumor para biopsia.

Outros exames de imagem também podem ser realizados para facilitar o estadiamento e definir critérios como o tamanho do tumor ou se ele se espalhou para outros órgãos (metástase). Os principais são tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RMI).

Os resultados apontados pelos exames permitem classificar o câncer. O que é feito com a utilização do sistema de classificação internacional de tumores malignos conhecido como TNM: T indica o tamanho do tumor e se houve invasão de tecidos próximos, N a disseminação para os nódulos linfáticos e M, quando há metástase, ou seja, disseminação para outras partes do corpo. São parâmetros que recebem diferentes pontuações.

A definição desses parâmetros possibilita a indicação da abordagem terapêutica mais adequada para cada paciente e do prognóstico.

Tratamento do câncer de reto

O tratamento do câncer de reto geralmente envolve uma combinação de terapias. Tratamentos como quimioterapia e radioterapia devem ser administrados antes do procedimento cirúrgico em tumores de reto baixo e médio (terapia neoadjuvante), reduzindo, dessa forma, os riscos de recidiva (de o câncer retornar).

Veja, abaixo, os tipos de cirurgia mais frequentemente realizadas. O procedimento mais adequado para cada paciente é definido a partir de critérios como localização e estágio de desenvolvimento:

  • Excisão local transanal: é um procedimento minimamente invasivo realizado para remoção de cânceres muito pequenos localizados no interior do reto, que em princípio não apresentam risco de se espalhar para outros órgãos (metástase). É realizado com a utilização de um colonoscópio, um tipo de endoscópio ótico inserido pelo ânus. Após a remoção e análise histológica do tumor, se houver a presença de células cancerosas nas margens de segurança, uma cirurgia adicional pode ser indicada para removê-las;
  • Ressecção anterior do reto: prevê a remoção de todo ou parte do reto. É realizado quando os tumores são maiores, com localização distante do canal anal. Os gânglios linfáticos próximos também são removidos. Esse procedimento preserva o ânus para que os resíduos possam ser normalmente eliminados;
  • Ressecção abdominoperineal: é o procedimento realizado quando há necessidade de remover o reto e o ânus. Indicado se os tumores estiverem próximos ao ânus, quando a remoção total nem sempre é possível sem provocar danos aos os músculos que controlam os movimentos intestinais. Para eliminação dos resíduos é feita uma abertura no abdome, por onde é inserido o restante do cólon (colostomia): os resíduos são eliminados pela abertura e coletados em uma bolsa presa ao abdome.

Quando o câncer está em estágios mais avançados, as terapias adjuvantes clássicas podem ser ainda associadas a outras, como a imunoterapia, tratamento medicamentoso que usa o sistema imunológico para combater o câncer e a terapia medicamentosa de células-alvo, realizada com medicamentos direcionados, que bloqueiam anormalidades específicas presentes nas células cancerosas, causando a morte delas.

Para garantir maiores chances de sucesso e um melhor prognóstico, é fundamental que o tratamento seja realizado por uma equipe multidisciplinar especializada em oncologia e com experiência no tratamento desse tipo de câncer.

Seguimento do tratamento de câncer de reto (follow-up)

O seguimento do paciente será realizado periodicamente com intervalos que tendem a se esparsar, nos primeiros 5 anos de acompanhamento.