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Carcinoma basocelular

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O carcinoma basocelular (CBC) é a forma mais comum de câncer de pele e a que ocorre com mais frequência de todos os cânceres.  Começa nas células basais, a partir do crescimento anormal e descontrolado dessas células.

Ocorre com mais frequência pela exposição à radiação ultravioleta (UV), que desencadeia mudanças nas células basais na camada mais externa da pele (epiderme), resultando em crescimento descontrolado.

Como cresce lentamente, a maioria é curável e causa danos mínimos quando detectada e tratada precocemente.

O que causa o carcinoma basocelular?

Embora a etiologia exata do carcinoma basocelular seja desconhecida, existe uma relação bem estabelecida entre o ele e a unidade pilossebácea, pois os tumores são mais frequentemente descobertos em áreas com pelos.

Estudos sugerem que eles surgem de células pluripotenciais na camada basal da epiderme ou estruturas foliculares. Essas células se estruturam continuamente durante a vida e podem formar cabelos, glândulas sebáceas e glândulas apócrinas.

Os tumores geralmente surgem da epiderme e ocasionalmente da bainha externa da raiz de um folículo piloso, especificamente das células-tronco do folículo, localizadas logo abaixo do ducto da glândula sebácea em uma área chamada protuberância, quando as células desenvolvem uma mutação em seu DNA. Com a mutação, multiplicam-se de forma anormal, formando o tumor.

Acredita-se que a maioria dos danos ao DNA nas células basais resultem da radiação ultravioleta (UV) encontrada na luz do sol e em equipamentos de bronzeamento artificial. No entanto, também pode ocorrer independentemente dessa exposição.  Os fatores que aumentam o risco de carcinoma basocelular incluem:

  • Radioterapia:o tratamento por radioterapia para outras doenças da pele pode aumentar o risco de carcinoma basocelular nos locais tratados;
  • Tipo de pele: o risco de carcinoma basocelular é maior entre as pessoas que apresentam sardas ou queimam com facilidade e nas que possuem pele muito clara, cabelos ruivos, loiros ou olhos claros. Embora pessoas com esse tom de pele tenham um risco maior, isso não exclui a possibilidade de a doença afetar as que possuem tons de pele mais escuros;
  • Envelhecimento: por ser uma doença de crescimento lento, a maioria dos carcinomas basocelulares ocorre em adultos mais velhos. No entanto, também pode afetar pessoas jovens: tem sido, inclusive, frequentemente registrada na faixa-etária entre 20 anos e 30 anos;
  • Histórico pessoal ou familiar: o histórico pessoal ou familiar de câncer de pele sugere um risco aumentado de desenvolver carcinoma basocelular, assim como outras formas de câncer de pele;
  • Imunossupressão: um pequeno aumento no risco ao longo da vida foi observado por estudos em pacientes cronicamente imunossuprimidos, como receptores de órgãos ou transplantes de células-tronco e pacientes com AIDS;
  • Exposição ao arsênico por ingestão: o arsênico, um metal tóxico amplamente encontrado no meio ambiente, aumenta o risco de carcinoma basocelular e outros cânceres. Embora todo mundo possa estar exposto ao metal, pessoas que consomem água de poço contaminada por ele ou que trabalham na produção ou no uso, estão mais expostas;
  • Síndromes hereditárias que causam câncer de pele:certas doenças genéticas raras podem aumentar o risco de carcinoma basocelular, incluindo a síndrome do carcinoma basocelular nevóide (síndrome de Gorlin-Goltz) e Xeroderma pigmentoso.
  • Sexo: historicamente, os homens são duas vezes mais afetados do que as mulheres. A maior incidência é atribuída ao aumento da exposição recreativa e ocupacional ao sol, embora essas diferenças estejam se tornando menos significativas com as mudanças no estilo de vida.
  • Lesões na pele, inflamação ou infecção

Em casos muito raros, a exposição a outras formas de radiação ou certos produtos químicos, doenças inflamatórias crônicas da pele e complicações de queimaduras, cicatrizes ou infecções, podem ser fatores contribuintes.

Sintomas de carcinoma basocelular

O carcinoma basocelular geralmente se desenvolve em partes do corpo expostas ao sol, especialmente na cabeça e no pescoço e, com menor frequência, nas mãos. Mais raramente ocorrem em partes do corpo geralmente protegidas do sol, como os órgãos genitais.

Os carcinomas basocelulares podem se parecer com feridas abertas, manchas vermelhas, protuberâncias rosadas, protuberâncias brilhantes, cicatrizes ou protuberâncias com bordas arredondadas ligeiramente elevadas ou com uma reentrância. Às vezes, podem exsudar (suar), formar crostas, coçar ou sangrar.  Em pacientes com pele mais escura, tendem a ser pigmentados, ou seja, de cor marrom. A aparência, entretanto, pode varar de uma pessoa para outra.

Os tipos clínico-patológicos de carcinoma basocelular, cada um com um comportamento biológico distinto, incluem:

  • Nodular: é o tipo mais comum e geralmente se apresenta como uma pápula redonda, perolada e cor de carne com telangiectasias (pequenos Vasos sanguíneos dilatados);
  • Infiltrativo: infiltra-se na derme, em fios finos entre as fibras de colágeno, tornando as margens menos e aparentes;
  • Micronodular: sem tendência a ulceração. Pode parecer branco-amarelado quando esticado, é firme ao toque e pode ter uma borda aparentemente bem definida;
  • Morfema: aparece clinicamente como uma placa esclerótica branca ou amarela, cerosa, que raramente causa ulceração. É plano ou ligeiramente deprimido, fibrótico e firme;
  • Superficial: visto principalmente na parte superior do tronco ou ombro. Aparece clinicamente como uma placa ou mancha eritematosa bem circunscrita, frequentemente com uma escama esbranquiçada.

Quando diagnosticados e tratados precocemente, quase todos os carcinomas basocelulares podem ser removidos com sucesso, sem complicações.  O prognóstico de sobrevida é de 100% quando não há disseminação para outros locais (metástase). No entanto, se houver progressão, pode resultar em morbidade significativa, inclusive com desfiguração local. Por isso, é importante ficar atento a qualquer crescimento cutâneo incomum.

Embora seja uma neoplasia maligna, raramente apresenta metástase: a incidência é de 0,1% e os locais mais comuns quando isso acontece são os gânglios linfáticos, pulmões e ossos.

Diagnóstico e estadiamento de carcinoma basocelular

Quando há suspeita de carcinoma basocelular, a avaliação da lesão é feita inicialmente pelo exame físico e análise do histórico clínico do paciente. Como esse tipo de câncer raramente apresenta metástase, os estudos laboratoriais e de imagem não são comumente indicados em pacientes com lesões localizadas. São apenas necessários se houver suspeita de envolvimento de estruturas mais profundas, como o osso, por exemplo. Nesses casos, exames de tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RMI) ou raio-X simples, podem ser indicados.

O tipo histológico é posteriormente definido por biópsia do tecido afetado. Os resultados são importantes para o processo de estadiamento do tumor, que determina a localização e a extensão, proporcionando, dessa forma, o planejamento da abordagem terapêutica mais adequada a cada paciente e para o prognóstico.

Para isso, é utilizado um sistema internacional conhecido como TNM, em que T descreve o tamanho do tumor e qualquer disseminação do câncer para o tecido próximo. N a disseminação do câncer para os nódulos linfáticos próximos e M a metástase, ou disseminação para outras partes do corpo. Esses parâmetros recebem diferentes graduações.

Tratamento de carcinoma basocelular

O objetivo do tratamento é a remoção total do câncer. O plano de tratamento deve considerar a taxa de recorrência, preservação da função, expectativas do paciente e potenciais efeitos adversos. Embora a cirurgia seja a opções de preferência, outros tratamentos podem ser indicados.

As principais técnicas cirúrgicas utilizadas são:

  • Cirurgia para ressecção do tumor;
  • Cirurgia de Mohs;
  • Curetagem;
  • Criocirurgia.

Os outros tipos de tratamento incluem:

  • Radioterapia: esse tipo de câncer geralmente é radiossensível, por isso, a radioterapia pode ser aplicada a pacientes com lesões avançadas e extensas, assim como naqueles em que a cirurgia não é adequada.
  • Terapia farmacológica: em alguns casos podem ser usados medicados tópicos, em associação ou não com outros tratamentos.

Segmentação do tratamento

Terapias adjuvantes podem ser indicadas embasadas na análise histológica final do tumor, feita após a retirada dele.

  • Radioterapia: pode ser utilizada para consolidação do tratamento, nos casos de tumores mais agressivos que foram tratados cirurgicamente, ou quando há a permanência de células cancerosas mesmo após a retirada do tumor;
  • Terapia fotodinâmica: a terapia fotodinâmica como tratamento adjuvante pode ser escolha nos seguintes casos: recorrência do tumor com atrofia do tecido e formação de cicatriz; pacientes idosos ou com condições médicas que impeçam a cirurgia reconstrutiva e tumor com bordas mal definidas ou que requer cirurgia reconstrutiva difícil ou extensa.

Além disso, outras orientações incluem:

 

O rastreamento de novos cânceres de pele deve ser realizado semestralmente ou anualmente durante toda a vida, assim como os pacientes são orientados para o autoexame e uso de proteção solar.